Qui, 25 de maio de 2023, 15:21

UFS participa de evento mundial de popularização da Ciência
Em clima descontraído, professores da UFS falaram sobre Ciência
Ciências além dos muros: público lota bar para prestigiar o “Pint of Science". (foto: Magali Alves/Divulgação)
Ciências além dos muros: público lota bar para prestigiar o “Pint of Science". (foto: Magali Alves/Divulgação)

O conhecimento científico para além dos muros de uma instituição de ensino e/ou pesquisa. Aproximar os pesquisadores da sociedade, levando-os a discutir assuntos relevantes de diversas áreas do conhecimento em ambientes descontraídos como bares e restaurantes. Essa é a proposta do “Pint of Science”, um festival de ciências que surgiu no Reino Unido em 2012 e hoje ocorre em mais de 25 países ao redor do mundo. Em 2023 a edição ocorreu de 22 a 24 de maio.

No Brasil o festival chegou em 2015. Em Aracaju (SE), o evento gratuito foi realizado pela primeira vez este ano, com a coordenação local do professor Silvânio Costa, do Núcleo de Ensino e Pesquisa em Petróleo e Gás da Universidade Federal de Sergipe (Nupeg/UFS), na noite de quarta-feira, 24, em um bar situado no bairro Inácio Barbosa.

Além da capital sergipana, outras 123 cidades brasileiras e mais de 600 pesquisadores brasileiros aderiram à proposta. Com o lema "Um Brinde à Ciência", o festival mundial busca inspirar jovens estudantes e promover o interesse pela ciência e tecnologia, contribuindo para o desenvolvimento da educação científica no país.


Organização do evento já confirmou a edição do próximo ano. (foto: Divulgação)
Organização do evento já confirmou a edição do próximo ano. (foto: Divulgação)

“O evento foi um sucesso. O bar ficou lotado, inclusive com pessoas em pé, mesmo em um dia chuvoso. Está confirmada a nossa participação para o ano que vem e pretendemos ampliar para três dias de atividades e realizar em outras cidades de Sergipe”, comemora o professor Silvânio.

O educador conta ter conhecido a proposta do evento em Santa Catarina, quando teve a ideia de trazer a programação para Sergipe. Uma vontade que precisou ser adiada em virtude da pandemia de covid-19, quando apenas edições virtuais estavam sendo realizadas.


"Chat gpt" foi o tema abordado pelo professor do departamento de Letras Estrangeiras, Paulo Boa Sorte. (foto: Divulgação)
"Chat gpt" foi o tema abordado pelo professor do departamento de Letras Estrangeiras, Paulo Boa Sorte. (foto: Divulgação)

Palestras

No “cardápio” do bar do “Pint of Science”, o primeiro “prato” servido foi a palestra "Que enxame: chat gpt". O assunto foi apresentado pelo professor do Departamento de Letras Estrangeiras da UFS, Paulo Boa Sorte. O termo coloquial "enxame" foi utilizado pelo educador em alusão a todo o alvoroço que está sendo feito em torno da ferramenta de inteligência artificial.

O assunto começou a ser pesquisado pelo professor ainda em 2019, antes mesmo do lançamento da versão comercial. Durante a apresentação ele demonstrou a interface, o funcionamento, como fazer as perguntas e os tipos de respostas que a ferramenta oferece como por exemplo: definições, explicações, sugestões e recomendações de filmes, livros, músicas, auxílio de trabalhos acadêmicos e traduções, dentre outras possibilidades.

O pesquisador também problematizou o tema abordando questões como os problemas de segurança e ética envolvidos no uso da inteligência artificial, a necessidade de uma legislação que regule o funcionamento e a especulação acerca da substituição de alguns profissionais, como professores e atendentes de telemarketing. Ele também abordou o assunto durante um evento promovido pela Coordenação de Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe (Copes/UFS).

"A ideia não é proibir a utilização, mas principalmente alertar que é necessário verificar a fonte das informações e também ensinar os nossos alunos a fazerem perguntas a partir da observação. É entendermos que Ciência não é manipular símbolos, é formar cidadãos. A solução é instruir, é formar, é educar, é se informar, é pesquisar pra que nós deixemos de ver esse 'enxame' como ameaça e que a gente passe a ver como parte do nosso cotidiano", disse o educador.


Professor do departamento de Educação em Saúde, do campus Lagarto, Paulo Martins, durante palestra “Pesquisa Científica: para que e para quem?". (foto: Divulgação)
Professor do departamento de Educação em Saúde, do campus Lagarto, Paulo Martins, durante palestra “Pesquisa Científica: para que e para quem?". (foto: Divulgação)

O segundo “aperitivo” da noite foi a palestra “Pesquisa Científica: para que e para quem?", conduzida pelo professor do departamento de Educação em Saúde, do Campus de Lagarto, Paulo Martins.

Houve ainda sorteio de brindes com o ator e estudante da UFS, Pedro Casoy, que atuou como mestre de cerimônias da noite. A programação atraiu um grande público composto por pessoas de diversas instituições de ensino e pesquisa e com alunos de outros campi da UFS.

Roseane Nascimento, doutoranda em Química Analítica pela UFS, elogiou a iniciativa de popularização do conhecimento científico. “O evento foi muito interessante, superou minha expectativa. Por meio das palestras foi possível entender de uma forma mais acessível os temas abordados”, comentou a estudante.


Parte da equipe organizadora do evento em Aracaju. (foto: Magali Alves/Divulgação)
Parte da equipe organizadora do evento em Aracaju. (foto: Magali Alves/Divulgação)

Histórico

Em 2012, dois neurocientistas do Imperial College London, no Reino Unido, Michael Motskin e Praveen Paul convidaram pessoas afetadas por Parkinson, Alzheimer e outras doenças neurodegenerativas para conhecerem o laboratório em que eles trabalhavam para mostrar as pesquisas que estavam realizando. Na época eles pensaram que se as pessoas querem ir aos laboratórios para encontrar cientistas, seria uma boa ideia “levar” os cientistas para as pessoas. E assim nasceu Pint of Science, no Reino Unido.

No Brasil, o festival chegou em 2015 por iniciativa do Instituto de Ciências Matemáticas e Computação da USP São Carlos (ICMC-USP).

Comissão organizadora

Além da coordenação local do professor Silvânio Costa, colaboraram para a organização do “Pint of Science” os professores Auderlan Mendonça (Biociências Itabaiana), Inaura Rocha (Engenharia Ambiental), Luiz Vedana (Geologia), Kattyanne Amador (Enfermagem Lagarto); Roger Dias (Geologia) e os estudantes Franciele Guerra (Unesp), Laíssy Messias (PRORH) e os alunos de Iniciação científica do Labarotário de Tecnologia e Monitoramento Ambiental (LTMA) Andrielle Jesus, Nikolas Rebelatto e Thauane Jesus.

Andréa Santiago - Ascom UFS

comunica@academico.ufs.br


Atualizado em: Sex, 26 de maio de 2023, 15:54
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