Se você voltou para o ensino presencial no Campus Professor Alberto Carvalho da Universidade Federal de Sergipe, já deve ter percebido algumas mudanças recentes na arborização da nossa universidade, as quais estão chamando bastante atenção nos últimos dias.
À primeira vista, essas mudanças podem passar uma ideia equivocada para a comunidade acadêmica desavisada. Algumas pessoas devem ter se espantado com o fato de que várias árvores estão sendo literalmente arrancadas do nosso campus. Árvores antigas que foram plantadas muito antes na UFS chegar em Itabaiana. Então, é compreensível que isso cause uma certa comoção popular!
O impacto visual que a retirada das árvores pode provocar inicialmente é, sem sombra de dúvidas, muito grande. A princípio, podemos pensar que essa é uma atitude equivocada, pois as árvores estão ali quietinhas há tanto tempo e proporcionam sombra para quem está entrando no nosso campus.
Porém, precisamos olhar com um pouquinho mais de atenção para essas árvores e entender que os problemas que elas trazem podem ser ainda maiores do que os seus benefícios. Mas uma árvore pode trazer problemas para nós? Como isso é possível?
Para continuar o nosso papo botânico, precisamos saber sobre qual árvore estamos falando. Essas árvores que estão sendo retiradas do nosso campus são popularmente conhecidas como fícus ou figueira. Ela não é uma planta do Brasil. Na verdade, ela é originária da Ásia e é a árvore oficial da Tailândia, como o pau-brasil para nós brasileiros.
Ela foi trazida para o nosso país há muitas décadas e o seu plantio sempre foi incentivado para a ornamentação e arborização urbana. Porém, nossos avós nem imaginavam os estragos que essas plantas poderiam causar. Suas raízes têm um crescimento muito rápido e são extremamente agressivas. Espera um pouco... raízes agressivas? Como assim? As raízes dessas árvores são capazes de destruir calçadas, muros, paredes e, principalmente, destruir tubulações quando estão em busca de mais água pelo solo.
A gente nem tem ideia do tamanho das raízes dessas árvores do nosso campus. Para começarmos a entender a extensão do problema, é só nós imaginarmos que as raízes de uma árvore têm de 5 a 7 vezes o tamanho da sua copa. E não podemos esquecer que, quanto mais a árvore cresce, mais as suas raízes crescerão também.
Para piorar um pouco mais a situação dos fícus, essa espécie pode ser tóxica e causar alergias a várias pessoas. Então, em sua opinião, a retirada dessas árvores já não começou a parecer uma ação preventiva? Além disso, não podemos esquecer que não é apenas uma simples retirada, mas sim um projeto de substituição e readequação da arborização do campus. No lugar desses fícus serão plantadas árvores nativas da região, adequadas à arborização de espaços públicos e que, a médio prazo, também trarão todos os benefícios que uma universidade arborizada pode trazer para sua comunidade acadêmica.
Então é isso! Não precisamos abraçar as árvores em sinal de protesto. Mas devemos acompanhar essas ações e cobrar as substituições e readequações do projeto de arborização da nossa universidade, para termos uma UFS mais verde e confortável para se viver! Não podemos ficar sem as árvores, mas precisamos ter as árvores certas!
A Direção do Campus está à disposição para esclarecer eventuais dúvidas, ao mesmo tempo que agradecemos ao Prof. Marcos Meiado pela gentileza no atendimento a nossa solicitação.
Atenciosamente
Direção do Campus Prof. Alberto Carvalho