Aconteceu nesta quinta-feira, 3, a inauguração do acervo Prof. Alberto Carvalho, pertencente à Biblioteca da Universidade Federal de Sergipe (UFS) do Campus Itabaiana. A solenidade contou com a presença das filhas, netos e do sobrinho de Alberto Carvalho, além da participação do vice-reitor da UFS, Rosalvo Ferreira, e do diretor do campus, Victor Hugo. O evento ocorreu no miniauditório da universidade, em Itabaiana.
Alberto Carvalho nasceu em 1932, em Itabaiana. Estudou Direito e também concluiu o bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais. Em 1964, tornou-se professor na Faculdade de Ciências Econômicas, onde trabalhou durante 24 anos. O professor também escreveu para jornais entre as décadas de 1950 e 1960, e como um apaixonado por literatura, publicou diversos escritos, dentre eles: “Quase 30 poemas, Em busca de verso, Textamento e tantos outros. Alberto Carvalho também foi um entusiasta da cultura itabaianense, escrevendo um hino para o time de futebol da cidade. Faleceu em 2002, deixando uma biblioteca de mais de oito mil títulos, doados pela família à UFS.
A solenidade começou com a apresentação da Filarmônica Nossa Senhora da Conceição e em seguida, com a palavra do vice-reitor, Rosalvo, que ressaltou a importância de celebrar figuras importantes dentro da academia. “Uma universidade pública como a nossa, tem o dever de homenagear aqueles que se dedicaram à instituição e a causa da educação neste país. Um país desigual e que ainda não permite que todos possam ingressar em uma universidade. Por isso, uma instituição de ensino superior deve se pautar no reconhecimento e defesa de intelectuais que dedicaram sua vida à causa pública”, declara Rosalvo Ferreira.
O acervo de Alberto Carvalho é composto por oito mil exemplares, nos quais 2.111 livros já foram catalogados. A ideia é que todas as obras passem pelo processo de catalogação.
Ana Mirian, filha do homenageado, contou que o desejo da família sempre foi perpetuar o vasto trabalho do pai, e fazer essa parceria com a UFS foi a melhor escolha. “Um acervo desse quilate é muito difícil de ser vendido ou até mesmo jogado fora. E não gostaríamos de fazer isso. Meu pai foi um cidadão itabaianense, então, quando veio o nome dele para o campus de Itabaiana, vimos que não teria outro lugar se não fosse aqui para deixar o seu legado”, explicou a filha de Alberto Carvalho.
Durante o evento solene, a bibliotecária do campus Itabaiana, Maria Rosa Campos, contou como surgiu a parceria da biblioteca com a Coleção Alberto Carvalho (CAC). “A CAC foi doada para o campus em 2007, pela família do Alberto. Já são 15 anos que todo este acervo vem sendo gradativamente catalogado, e isso significa que todos os bibliotecários que passaram por aqui contribuíram para estarmos vivenciando esse momento”, relata a bibliotecária.
A CAC é um acervo exclusivo, por isso, a coleção é fechada e não está disponível para empréstimos. Para ler uma obra, é necessário ir até à biblioteca do campus e fazer a consulta local, é o que explica Selma Santos, diretora do Sistema de Bibliotecas (SIB/UFS). “O serviço de empréstimo não será ofertado e a consulta deve ser local. Qualquer pessoa que tiver interesse em ler os livros que estão no acervo, devem se dirigir à biblioteca, no horário de funcionamento e consultar os materiais. O empréstimo não será ofertado por questões de segurança, já que estamos falando de obras únicas e qualquer perda desfaz a coleção”, explica Selma.
Na oportunidade, Victor Hugo Sarmento, diretor do campus em Itabaiana, relatou que a abertura desse espaço serve para destacar a memória do professor e exaltar toda sua obra. "A coleção foi doada pela família durante a instalação do campus, e o que nós fizemos foi organizar uma sala de maneira que o recebimento desse acervo acontecesse da maneira mais adequada possível, como o professor Alberto Carvalho merece”, pontua o diretor.
No dia da inauguração, Alberto Carvalho estaria completando 90 anos e para a família do professor, esse momento solene foi especial. “É uma lembrança muito linda e merecida, meu pai era um ser humano extraordinário, com uma cultura vasta e que dedicou sua vida à educação. Ele amava escrever. Publicou livros, escreveu em jornais, foi professor universitário, então, essa homenagem foi mais que merecida. Hoje, ele estaria fazendo 90 anos de idade, e desde a sua partida já se passaram 20 anos, então não poderia ter momento mais lindo e especial para tudo isso”, disse Ana Mirian.
Janaína Cavalcante - bolsista
Vitor Belém - Ascom UFS
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