Prestes a iniciar o curso de Medicina na Universidade Federal de Sergipe, a estudante Dádiva Resende reconhece que está entrando em “uma instituição que tem um legado e a responsabilidade de permanecer buscando um padrão de qualidade”. As palavras dessa jovem de 19 anos ecoam o lema do aniversário de 55 da instituição – data celebrada hoje, dia 15 de maio.
“Desde 1968 construindo um legado para as gerações futuras”, a UFS reuniu muitos sergipanos no passado em favor de uma causa grande e nobre: a criação de um centro de saber e formação que pudesse fazer florescer aqui as artes e catapultar o crescimento de um estado pequeno no tamanho.
O empreendimento que se materializou na junção de quatro escolas superiores existentes à época, desaguou, pouco mais de meio século depois, em uma instituição ranqueada como uma das melhores universidades do país, com campi em seis municípios do estado.
“Esse é um período importante de consolidação daquilo que se pensou desde a instalação do seu campus sede, passando à sua expansão para o interior, aproximando cursos de excelência para uma população que não vislumbrava ter a universidade próxima de sua casa, transformando a vida das pessoas”, avalia o reitor Valter Santana.
Para ele, a data histórica é uma ocasião oportuna de revisitar o passado e olhar para o futuro. “A UFS do futuro tem, cada vez mais, que olhar para as necessidades à nossa volta e aproximar a formação dos nossos alunos daquilo que a sociedade precisa, qualificando o ensino, a pesquisa, a extensão, e transferindo para a sociedade tudo o que é produzido aqui dentro”.
O aluno José Rosário de Jesus está no sexto período da Licenciatura em Artes Visuais, e afirma que a UFS é e continuará sendo, para muitos, “um meio de realização de um sonho, possibilitando a entrada no mercado de trabalho na área em que a gente escolheu para a nossa vida; nos dando a formação, a qualificação necessária”.
José e Dádiva são dois exemplos que engrossam um número que sobe a mais de 23 mil estudantes atendidos atualmente pelo ensino a nível de graduação presencial na UFS, em mais de cem opções de curso.
Além de também oferecer Ensino Fundamental e Médio, através do seu Colégio de Aplicação (Codap), e ensino superior a distância em diversos municípios do estado através do Cesad, a UFS conta com mais de mil estudantes de pós-graduação, dividindo-se em 76 cursos, a exemplo da nutricionista Amanda Cristina Andrade, que procurou a UFS para realizar o seu mestrado em Ciências da Nutrição e seguir em busca do sonho de ser professora.
“Eu espero que a UFS do futuro tenha cada vez mais a cara da sociedade. Precisamos avançar para acolher as pessoas que têm necessidades, as pessoas que trabalham e precisam de uma carga horária mais premeditável, alcançar pessoas de estruturas sociais diferentes, e também avançar em outras questões sociais”, pontua Amanda.
Luana Seraphim está na UFS há dez anos. A técnica administrativa deseja e antevê uma universidade que seja "brilhante, iluminando o caminho de muitos alunos, com uma assistência estudantil pulsante, cada vez mais inclusiva, e que se posicione entre as melhores do Brasil".
Em sua trajetória de vida, ela já foi aluna da casa, professora substituta e agora faz parte do corpo técnico do campus do Sertão e diz enxergar a universidade como "uma grande ferramenta de transformação social, por meio do acesso à educação, principalmente por meio da interiorização dos seus campi."
Para o vice-reitor, Rosalvo Ferreira, a UFS do futuro precisa justamente responder aos desafios que a sociedade já nos impõe hoje. “É preciso pensar sempre com dois objetivos: uma forte capacidade de resposta às demandas da sociedade e, ao mesmo tempo, que a universidade nunca se limite a interesses imediatos, mas dialogue com todas as formas, todas as possibilidades de desenvolvimento humano."
A simbologia do número 55 rendeu uma análise da professora Christina Ramalho, do Departamento de Letras de Itabaiana (DLI), segundo a qual esse "número mestre, formado por dois números iguais", se relaciona a valores como liberdade, autonomia e transformação. "Sem dúvida as três palavras em geral associadas a ele estão diretamente conectadas com a própria razão de ser da universidade como instituição", afirma.
E conclui: "Comemorar 55 anos pode ser uma valiosa oportunidade para a UFS, aqui metonimicamente tratada, dimensionar os desafios que a levarão a mais 55 anos de existência sem perder o rumo que a liberdade e a autonomia desenham quando as transformações buscadas se fundamentam solidamente na sociedade na qual ela se insere e da qual ela também é fruto."
Programação dos 55
Para celebrar o aniversário da UFS, uma programação especial foi preparada para todo o mês de maio e outras atividades estão sendo planejadas ao longo do ano.
Dentre os eventos está a apresentação conjunta da Orquestra Sinfônica e o Coral da UFS. O Concerto Comemorativo, que ocorrerá no Teatro Tobias Barreto, às 19h da quarta-feira, 17, terá a participação ainda de grupos de dança da universidade.
Com entrada gratuita, o evento promoverá uma ação solidária, recebendo a doação de alimentos não perecíveis na entrada do Teatro. Para conferir a programação completa, clique aqui.
Mais sobre a história
Em 1963, a então Secretaria de Educação do Estado deu início ao processo de criação da UFS, concretizado em 1967 pelo Decreto-Lei nº 269 e efetivado em 15 de maio de 1968, sob o regime de Fundação Federal – tese defendida por Dom Luciano José Cabral Duarte, então presidente do Conselho Federal de Educação (CFE).
A UFS é proveniente da criação da Faculdade de Ciências Econômicas e da Escola de Química (1948), seguida da Faculdade de Direito e Faculdade Católica de Filosofia (1950), Escola de Serviço Social (1954) e Faculdade de Ciências Médicas (1961), número mínimo necessário de escolas superiores para que se pleiteasse a fundação de uma universidade em Sergipe.
Ascom UFS